Mostrando postagens com marcador #infância. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #infância. Mostrar todas as postagens

1 de janeiro de 2017

Feliz ano novo

Faltam 5 minutos pra meia noite.
Juntam todos os primos, sorridentes, olhando pra cima na rua vazia. A noite traz certo alívio do calor que domina a cidade, mas o calor de nossos ânimos é suficiente pra fazer surgirem gotinhas de suor.
A cada ano um pouco mais longe de casa. Correndo pelo asfalto e procurando por todos os lados uma faísca colorida. O céu noturno já retumbava e piscava com rojões.
Correndo, os cabelos colados na nuca e a franja voando. Os pés descalços ou chinelos batendo no asfalto, enquanto o pequeno grupo passava entre casas e árvores procurando o melhor lugar pra ver o céu.
Dando risada e gritando, sempre sorrindo e olhando em frente. Tristeza pelo ano que fica? Um pouco. Mas sempre com aquele nervoso e aquela antecipação gostosa do desconhecido futuro.
Paramos em uma avenida, ainda faltam alguns minutos. Fazemos uma breve retrospectiva. Pulamos na grama, abraçamos uns aos outros e subimos em um banco pra passarmos juntos os últimos minutos.
Meia noite. A noite explode em cores pra vários lados. Nada como as grandes capitais, mas extraordinário a nosso modo. Mais uma vez gritamos e nos abraçamos, tiramos fotos e filmamos.
Carros passam e nos desejam feliz ano novo a plenos pulmões. Respondemos com alegria.
Voltamos correndo pra casa, ansiosos por abraçar aqueles com quem desejamos passar todos os outros minutos do ano que chega.
Repetimos esse ritual todos os anos, e nos dá aquela alegria que só um hábito que lhe traz a infância de volta dá.
Não tem glamour, não tem nada chique nem extravagante. Mas eu não trocaria isso por nada no mundo.

23 de julho de 2015

O Curiango

Quando eu era criança, lá com meus 5, 7 anos, eu costumava visitar muito as chácaras da minha avó.
Para toda criança de sete anos, um terreno enorme com árvores altas e frondosas, flores de todas as cores e tamanhos, arbustos e alguns insetos estranhos eram algo muito mágico. E as chácaras eram exatamente assim.
Depois de passada a época em que eu procurava o Tarzan nas matas atrás da casa ou buscava um pequeno conjunto de estátuas de anões por entre raízes de pinheiros, eu precisava de uma nova mágica pra procurar. E não demorou: minha vó me contava de um pássaro, um que eu nunca via, que ela chamava de curiango.
"Ah minha neta, fica quieta que senão o curiango não vem"
"Ariel, não mexe aí que o curiango assusta!"
"Ariel, não traz gato que ele come o curiango."
E curiango vai, curiango vem, nunca vi o tal pássaro. Não me lembro se já o ouvi, provavelmente já, mas os ouvidos de uma criança encantada não são fontes muito confiáveis. Mas que minha vó criou uma aura mágica em torno desse pequeno ser, ah criou.
Alguns anos passados, eu já conseguia entender que o curiango era apenas uma ave tentando se abrigar nas árvores calmas do quintal da minha avó. Voltei, esperançosa para ver o curiango. Quando cheguei, porém, curiango por ali não tinha mais. Fugiu, morreu, gato pegou, foi pra outro canto. As regiões em torno da casa da minha avó estavam tomadas de pessoas desconhecidas, que queimavam folhas e cortavam plantas. Assim, os curiangos foram embora, e levaram junto sua magia.
Algum tempo depois, foi-se também o constante coachar dos sapos nos rios e nos lagos próximos, que eram a melhor canção de ninar que já ouvi. Foi então que percebi que, talvez, aquele lugar jamais voltasse a ser como era em meus primeiros anos.
Voltei pouco à casa da minha vó, e embora ela ainda pareça mágica a meus olhos, tenho medo de ter perdido mais alguma coisa. O som dos ventos nos pinheiros altos, o farfalhar leve das folhas sendo levadas, a batida de asas dos pássaros que ali continuaram, a revoada das garças ao pôr do sol, o cheiro de plantas e pinhas, o cheiro suave da manhã molhada de orvalho noturno.
E apesar disso, continuo com a imagem do curiango na cabeça. E também do Tarzan, e dos anões, e da mágica floresta de pinheiros que um dia houve atrás da casa, e ainda ouço o canto dos sapos na lagoa. E vou passar a vida me lembrando disso tudo, e não me esquecerei da infância mágica que passei naquele lugar.

24 de agosto de 2013

Noite de Verão

Hoje a noite está quente, parece até verão. Mas não é. Estamos no inverno, ainda longe da primavera. Quase um mês nos separa do início da estação das flores. Porém está calor, abafado. Parece aquelas noites de verão moles, lentas e úmidas, quando eu ligo o ventilador no máximo, coloco meu menor pijama e durmo sem cobertas. Principalmente parece que passei o dia na piscina, tenho a sensação de ter mergulhado na água várias vezes hoje, mas não mergulhei. Não é uma sensação ruim, muito pelo contrário: me lembra férias.

Lembra muito aquelas noites em família, quando está perto do natal e eu estou em Araçatuba. Lá é mais quente que aqui. Eu estou sempre esperando a ceia de natal, afinal minha vó cozinha muito bem e eu como até precisar ser guinchada até o quarto. Mas nas noites que antecedem a ceia, eu passo o tempo jogando conversa fora com minhas primas e meu irmão, deitada em um colchão no quarto delas, com o ventilador ligado. Durmo num colchão perto do chão porque o chão é fresco. Ás vezes o Bob invade o quarto e tudo vira um caos, o cão baba em mim, minha primas gritam com ele, a vó aparece no quarto para ver qual é o problema, e ele acaba saindo depois de ter pisado ou babado em todo mundo. Ás vezes jogamos um jogo de tabuleiro ou um jogo de cartas.

Também me lembra o ano novo, que eu também passo em Araçatuba. Na noite da virada, minha vó (outra vez) prepara um jantar magnífico. Só nesses dois jantares eu engordo mais ou menos 3 quilos. Depois do jantar, nos sentamos na sala e assistimos as comemorações em vários lugares do mundo: Japão, Londres, Paris, NY... Quando dá 23h00, mais ou menos, começam a soltar fogos. Eu, minhas primas e meu irmão saimos correndo da casa e vamos para a rua, tentar ver os fogos. Ficamos correndo de um lado para o outro da rua, tentando achar o melhor ângulo. Ano passado, demos uma caminhada por alguns quarteirões e tivemos uma ótima visão dos fogos. Sempre fiquei decepcionada por não ser uma chuva de fogos espetacular, mas percebi que é mil vezes melhor passar essa data em Araçatuba com minha família.

Basicamente, hoje a noite está como uma noite de verão qualquer: quente, abafada, em baixo do ventilador, pijama fresco, água ao lado da cama e um lençol fino para me cobrir. Me traz uma sensação maravilhosa chamada nostalgia. Eu, pelo menos, amo essa sensação.




Ariel Z.

3 de junho de 2013

Gazela

Hoje farei uma postagem sobre o meu passado.
Há alguns anos, na aula de inglês, a professora inventou de fazer um trabalho sobre um país qualquer. Era pra ser em grupos de 3, e lá fui eu escolher meu grupo: Sofia, uma menina doce, simpática, engraçadinha e tímida; e Gabriel Arena, um menino engraçado, um pouco devagar, e muito preguiçoso (só Deus sabe o que aconteceu com ele depois que ele saiu do inglês).

Resolvemos ir fazer o trabalho na casa da Sofia. Chegando lá, eu já fui atacando a geladeira. Chegou o Gabriel, e fômos para o escritório fazer o trabalho. Começamos a fazer o trabalho, estava tudo bem. De repente, eu encontro uma almofada... Uma almofada especial, uma almofada única, diferente. Ela era feita de espuma com uns pedaços de outro tecido... Por algum motivo, eu resolvi que aquela era a almofada PAÇOCA. Daí já virou várzea e eu comecei a tacar a paçoca pra todo lado, o Arena queria me matar, a Sofia teve um ataque de riso.

Para acalmar, decidimos ir fazer o trabalho no quintal. Ela mora em um desses condomínios de prediozinhos, tipo MRV. Então a gente foi para um quiosque, e começamos a fazer o trabalho lá. Eu e o Arena ficamos zoando, e a Sofia só rindo da gente. Do lado de onde estávamos estavam estacionadas algumas motos. Eu ou o Arena trombamos em uma das motos, e por algum motivo, ele implicou comigo e eu fiquei brava. Até o muro tinha um barranco suuuuuuper íngrime, daqueles que a gente pena pra subir. Eu resolvi que ia subir o barranco correndo, e ia "me isolar". Eu subi o barranco, tropecei que nem uma formiga manca, e comecei a berrar que ia me isolar. De repente eu pisei em falso, e capotei barranco abaixo. Meu tênis saiu voando, e minha meia, que era branca, rolou na terra junto comigo. Ficou marrom, vermelha, qualquer coisa, MENOS branca. Daí eu peguei a meia e enfiei na bolsa do inglês. Ficou lá o ano todo.

Eu, revoltada, gritei:
- EU VOU GRITAR.
E dei um grito master-ultra-apocalíptico, com uns sons de garganta semelhantes a um demônio com indigestão:
- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH
Daí o Arena, calmo, disse simplesmente:
- Você parece uma gazela.

Até hoje falamos sobre essa maldita dessa gazela. Até hoje EU SOU A GAZELA. Eu quero salvar as gazelas, e tem um milhão de gazelas desenhadas pelos meus livros de inglês. Nosso trabalho se resumiu a falar que a capital da Austrália é Sidney, e que lá tem muitas estradas. Dissemos isso muitas vezes.

Por hoje é só! Perdoem minha ausência, estou estudando feito uma louca por causa das provas.

Beijinhos, contemplem o explendor gazelal:


30 de março de 2013

Coelhinho da Páscoa o que Trazes pra mim?

Essa era a "música tema" da minha páscoa quando era criança. Geralmente, eu passava essa data em Águas de Santa Bárbara, na chácara da minha avó. Até hoje tenho lembranças mágicas desse lugar, de como caminhava com minha bisavó para ir pegar pinhas a beira do rio. De passar o pôr-do-sol no balanço em frente à prainha, vendo as garças passarem voando em bandos, quase tocando a superfície do lago. Toda essa cena, e a floresta atrás do lago, era refletida na água. Parecia um mundo paralelo. O céu ficava amarelo, depois passava para laranja, e depois para um vermelho sangue, e por fim um cor-de-rosa quando as primeiras estrelas começavam a aparecer. Me lembro que o céu de lá era tão limpo que era possível observar a Via Láctea do quintal.

Pois bem, era nesse lugar fantástico que eu passava a Páscoa. De manhã, minha mãe, meu pai e meu irmão saíam comigo para ir procurar o coelhinho na floresta de pinheiros atrás da casa. No meio da floresta tinham umas estatuetas de duendezinhos, então eu sempre achei aquela floresta encantada. Eu ia feliz correndo procurando o coelho da páscoa, crente de que dessa vez eu ia encontrá-lo! Mesmo que só visse as pegadas, ou um par de orelhas atrás das árvores, ou avistasse de relance um pompom branco saltitando por entre as folhas secas, eu ficaria feliz. Minha mãe sempre apontava e dizia: "Eu vi! Tenho certeza!" para eu não desanimar. A busca continuava a manhã toda, até a hora do almoço, quando meus pais diziam que tínhamos que almoçar, afinal, o coelhinho também precisava comer. Então voltávamos para casa.

Depois do almoço, minha avó dizia que o coelhinho tinha passado e deixado um monte de ovos no quintal. O quintal da chácara era enorme, cheio de árvores, flores, arbustos, pedras... Eu praticamente voava pela grama procurando por um brilho que revelasse os ovos no meio das plantas. Até que finalmente avistava um, e corria avisar todo mundo. Quando não havia mais ovos a serem encontrados, minha vó pegava o telefone e fingia falar com alguém. Era o coelhinho avisando que estava trazendo mais ovos. E magicamente, quando eu ia procurar mais tarde, tinham mais ovos escondidos!

E assim foi, todos os anos da minha infância. Mesmo quando eu não acreditava mais no coelho, eu participava da brincadeira para fazer a alegria do meu irmão. Gostaria de agradecer aos meus pais, minha avó e minha bisavó por fazerem da minha páscoa uma data tão mágica e especial. Gostaria que todas as crianças tivessem essa oportunidade.

Boa páscoa a todos!

Ariel Z.

6 de março de 2013

Nostalgia e Desenhos que Marcaram Nossa Infância

Que atire a primeira pedra aquele que quando criança não assistia desenhos como "O Laboratório de Dexter", "Coragem, o cão covarde", "Scooby Doo", "As meninas super-poderosas", "Vaca e Frango", etc. Lembro-me de que quando eu estudava de tarde, bem no auge de minha feliz infância, eu passava a manhã assistindo esses desenhos. Meu favorito era Pokémon, fato que rendeu à minha mãe várias horas fingindo ser um mewtwo e várias miniaturas do pikachu. Pois é, eram os melhores desenhos de todos, e hoje em dia penso neles com nostalgia.

Agora me pergunto, para onde foram esses desenhos? O que o CN, a Nickelodon, o (ex) Jetix, e o Boomerangue fizeram com eles? Imagino que tenham adaptado sua programação para a juventude de hoje. Os desenhos atuais não passam de uma gritaria, uma neurose, uma loucura, um caos sem fim. O que (penso eu), reflete muito bem as crianças de hoje.

Quem se lembra daqueles antigos desenhso da Disney, de 1940 e pouco, com músicas lindas e aquele traço caprichado que não se vê mais hoje em dia? Eram meus favoritos.

Bem, para os nostálgicos de plantão, como eu, aqui vão alguns dos meus favoritos:




 

 

 (não achei a abertura, então peguei um episódio)





Sei que esqueci vários, mas tem tantos! Bem, vou ficando por aqui. Nunca se esqueçam dos desenhos que marcaram sua infância!

Ariel Z.