14 de dezembro de 2017

Autoflagelo

Eu me acostumei com a falta de carinho
E com a aspereza das suas palavras
A aridez dos seus sentimentos e até
A rispidez do seu coração

Meu corpo se enche de espinhos
Porque prefiro abraçar um cacto
A envolver com os braços o vazio que
Preenche meus espaços

Num rompante às vezes você percebe
Quantas pontas perfuram minha pele
Aceito suas desculpas, você tem meu perdão
Mas continuo ferida e o sangue sai
Um pouquinho
Por
Espinho

Eu sempre fui uma pessoa de extremos
Sou oito ou oitenta, não tem equilíbrio
Meu amor é como fogo, ou incendeia
Ou se extingue e morre

Não sou vela ou fósforo que se acende
E apaga quando quer, sou mais
Volúvel, inflamável, incontrolável
Tanto que tenho essa estúpida tendência
Vício idiota
De me machucar

Irônico seu desespero quando viu que
Eu gostava de desenhar com as unhas sobre
Os braços pálidos, e me implorou para parar
Mal sabe você, inocente, que me machuco
De várias
Formas

Amar você é só uma delas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário