30 de março de 2013

Coelhinho da Páscoa o que Trazes pra mim?

Essa era a "música tema" da minha páscoa quando era criança. Geralmente, eu passava essa data em Águas de Santa Bárbara, na chácara da minha avó. Até hoje tenho lembranças mágicas desse lugar, de como caminhava com minha bisavó para ir pegar pinhas a beira do rio. De passar o pôr-do-sol no balanço em frente à prainha, vendo as garças passarem voando em bandos, quase tocando a superfície do lago. Toda essa cena, e a floresta atrás do lago, era refletida na água. Parecia um mundo paralelo. O céu ficava amarelo, depois passava para laranja, e depois para um vermelho sangue, e por fim um cor-de-rosa quando as primeiras estrelas começavam a aparecer. Me lembro que o céu de lá era tão limpo que era possível observar a Via Láctea do quintal.

Pois bem, era nesse lugar fantástico que eu passava a Páscoa. De manhã, minha mãe, meu pai e meu irmão saíam comigo para ir procurar o coelhinho na floresta de pinheiros atrás da casa. No meio da floresta tinham umas estatuetas de duendezinhos, então eu sempre achei aquela floresta encantada. Eu ia feliz correndo procurando o coelho da páscoa, crente de que dessa vez eu ia encontrá-lo! Mesmo que só visse as pegadas, ou um par de orelhas atrás das árvores, ou avistasse de relance um pompom branco saltitando por entre as folhas secas, eu ficaria feliz. Minha mãe sempre apontava e dizia: "Eu vi! Tenho certeza!" para eu não desanimar. A busca continuava a manhã toda, até a hora do almoço, quando meus pais diziam que tínhamos que almoçar, afinal, o coelhinho também precisava comer. Então voltávamos para casa.

Depois do almoço, minha avó dizia que o coelhinho tinha passado e deixado um monte de ovos no quintal. O quintal da chácara era enorme, cheio de árvores, flores, arbustos, pedras... Eu praticamente voava pela grama procurando por um brilho que revelasse os ovos no meio das plantas. Até que finalmente avistava um, e corria avisar todo mundo. Quando não havia mais ovos a serem encontrados, minha vó pegava o telefone e fingia falar com alguém. Era o coelhinho avisando que estava trazendo mais ovos. E magicamente, quando eu ia procurar mais tarde, tinham mais ovos escondidos!

E assim foi, todos os anos da minha infância. Mesmo quando eu não acreditava mais no coelho, eu participava da brincadeira para fazer a alegria do meu irmão. Gostaria de agradecer aos meus pais, minha avó e minha bisavó por fazerem da minha páscoa uma data tão mágica e especial. Gostaria que todas as crianças tivessem essa oportunidade.

Boa páscoa a todos!

Ariel Z.

Um comentário:

  1. Lindas Lembranças , era muito divertido mesmo , e o lugar era mágico

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