Eu abro a conversa, leio e releio as mensagens mil vezes, penso em mais dezenas de respostas, mas a barrinha de digitar continua piscando. Pisca como se cobrasse de mim uma atitude. Mas eu não escrevo, a exaustão mental e emocional simplesmente barram essa capacidade.
Abro o caderno, o livro o slide, sento na cadeira e fico encarando as palavras. Espero que alguma faça sentido, ou que talvez eu seja o primeiro caso descrito de osmose informacional. Mas não, o cansaço pesa minhas pálpebras e desvia minha atenção.
O estresse é tamanho que te mantém numa condição de alerta o tempo todo, impede que você mantenha a atenção na mesma coisa por mais de 30 segundos. Qualquer coisa, por menor que seja, se torna um problema colossal, e você fica pensando nisso, rodando em círculos. Pensa tanto que não resolve nada. É como um abutre voando alto, em círculos, mas que nunca pousa. Não sei se sou o abutre ou a carcaça.
Se eu não te responder, por favor não me cobre. Eu quero responder, mas não consigo. Me desculpa, mas eu simplesmente não posso.
Se eu não conseguir resolver um problema fácil, não julgue. Eu te juro que pensei nele mais do que seria saudável pensar, mas ele me parece o fim do mundo.
Se eu esquecer alguma responsabilidade, tenha paciência, eu vou tentar melhorar.
Mas o estresse, a exaustão, o cansaço emocional, físico, mental, colocaram um pesado manto sobre minha cabeça, em uma tentavia débil de isolar um pouco mundo lá fora, que berra, que grita. Quem sabe amortece um pouco.