Faltam 5 minutos pra meia noite.
Juntam todos os primos,
sorridentes, olhando pra cima na rua vazia. A noite traz certo alívio do
calor que domina a cidade, mas o calor de nossos ânimos é suficiente
pra fazer surgirem gotinhas de suor.
A cada ano um pouco mais longe
de casa. Correndo pelo asfalto e procurando por todos os lados uma
faísca colorida. O céu noturno já retumbava e piscava com rojões.
Correndo, os cabelos colados na nuca e a franja voando. Os pés descalços ou chinelos batendo no asfalto, enquanto o pequeno grupo passava entre casas e árvores procurando o melhor lugar pra ver o céu.
Dando risada e gritando, sempre sorrindo e olhando em frente. Tristeza
pelo ano que fica? Um pouco. Mas sempre com aquele nervoso e aquela
antecipação gostosa do desconhecido futuro.
Paramos em uma avenida,
ainda faltam alguns minutos. Fazemos uma breve retrospectiva. Pulamos
na grama, abraçamos uns aos outros e subimos em um banco pra passarmos
juntos os últimos minutos.
Meia noite. A noite explode em cores pra
vários lados. Nada como as grandes capitais, mas extraordinário a nosso
modo. Mais uma vez gritamos e nos abraçamos, tiramos fotos e filmamos.
Carros passam e nos desejam feliz ano novo a plenos pulmões. Respondemos com alegria.
Voltamos correndo pra casa, ansiosos por abraçar aqueles com quem desejamos passar todos os outros minutos do ano que chega.
Repetimos esse ritual todos os anos, e nos dá aquela alegria que só um hábito que lhe traz a infância de volta dá.
Não tem glamour, não tem nada chique nem extravagante. Mas eu não trocaria isso por nada no mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário