"Tu lembras daqueles espelhos côncavos ou convexos que em certos
estabelecimentos os proprietários colocavam à entrada para atrair
fregueses, achatando-os, alongando-os, deformando-os nas mais estranhas
configurações? Nós, as crianças de então, achávamos uma bruta graça, por
saber que era tudo ilusão, embora nem conhecêssemos o sentido da
palavra "ilusão".
Não, nós bem sabíamos o que era aquilo!
Depois ao crescer, descobrimos que, para os outros, nós não éramos precisamente isto que somos, mas aquilo que os outros veem.
Cuidado, incauto leitor! Há alguns casos na vida, em que alguns acabam
adaptando-se a essas imagens enganosas, despersonalizando-se num segundo
"eu".
Que pode uma alma, ainda por cima invisível, contra o testemunho de milhares de espelhos?
Eis aqui um grave assunto para um conto, uma novela, um romance, ou uma tese de mestrado em Psicologia."
Mário Quintana
Só porque caiu nos testes de redação né :p .
ResponderExcluirZombeira, é realmente profundo e filosofico.
kkk em parte sim.
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